Ler começa por ser um acto solitário. Requer espaço e tempo para estar a sós com o livro, mas sobretudo requer silêncio. Um silêncio que afinal não é mutismo, nem verdadeiro isolamento. Mas sim um silêncio reconfortante que nos permite "ouvir" o livro e o eco que ele faz dentro de nós.
Ler é também um acto de coragem. A coragem de dispensar, por momentos, as "bengalas" que nos dão segurança e equilíbrio e confrontarmo-nos com o que somos verdadeiramente e com a nossa relação com o mundo.
Aparentemente simples de concretizar, a conquista do silêncio é hoje, nas sociedades urbanas, uma das maiores batalhas que a leitura tem para travar. Vivemos num mundo demasiado ruidoso, onde nem o nosso lar escapa: é a omnipresente televisão, os indispensáveis computadores, os demais componentes electrónicos, e a necessidade de falar, falar, opinar, sem reflectir.
Parar um pouco e ouvir o som do silêncio. Aqui está um conselho para professores e mediadores da leitura. Uma boa medida para praticar e recomendar a pais e alunos. Só apreciando o silêncio se caminha no sentido da descoberta do verdadeiro prazer da leitura.
Imagem de Peter Ilsted A girl reading in an interior, retirada do belíssimo o silêncio dos livros.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
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