domingo, 11 de abril de 2010

Biblioteca verde


Para todos os colegas bibliotecários em fase de produção do projecto para uma biblioteca pública, vale a pena conhecer este projecto, novamente made in USA. Depois de a Quercus afirmar na RTP que as bibliotecas públicas são equipamentos verdes, aqui temos uma biblioteca verde com V maiúsculo.
Agradecemos ao bibliotecario de babel a informação.
(Foto: Piotr Redlinski, New York Times)

terça-feira, 30 de março de 2010

Gotta Keep Reading

É uma ideia genial made in USA. O hino da nossa selecção de futebol adaptado a hino da leitura. Vale a pena visitar em queridas bibliotecas do grande promotor da leitura José Fanha.

sexta-feira, 12 de março de 2010

A leitora real

Para quem ainda não conhece a obra aqui ficam alguns excertos:

"À procura do amor revelou-se uma escolha feliz e de certo modo decisiva. Tivesse Sua Majestade optado por outra leitura inútil e poderia ter ganho (sendo como era, uma leitora incipiente) uma aversão definitiva à leitura".(...)
"O que estava também a descobrir era que um livro levava a outro, que as portas continuavam a abrir-se para onde quer que se voltasse e que os dias não eram suficientemente longos para as leituras que queria concluir"(...)
"Uma vez no ritmo normal, deixou de lhe parecer estranho o facto de querer ler, e os livros, aos quais se afeiçoara tão cautelosamente passaram pouco a pouco a ser o seu elemento".(...)
"Para ela no início todos os livros eram iguais e sentia o dever de os abordar sem preconceito. Com o tempo veio o discernimento."(...)
"Queria recuperar o tempo perdido, por isso lia com muita rapidez e acrescentava cada vez com mais frequência (e mais segurança) os seus próprios comentários"(...)
"O romance que noutro tempo achara maçador pareceu-lhe agora vivo e refrescante, sempre árido mas cativante"(...)
"Foi avançando no entendimento tanto da leitura, como da natureza humana".

quinta-feira, 11 de março de 2010

A formação do leitor



Como se passa de não leitor, a leitor compulsivo? Como se passa de leitor apaixonado, a leitor reflexivo?
Para responder a estas questões aconselho a leitura de dois pequenos livros, de leitura obrigatória para quem queira entender os mecanismos da formação do leitor: O velho que lia romances de amor de Luís Sepúlveda e A leitora real de Alan Bennett.
Um velho que vive isolado na selva amazónica aprende a ler, descobre a beleza da linguagem e a paixão pela literatura. Desenvolvendo a prática da leitura e diversificando o tipo de obras lidas, torna-se uma autoridade na matéria, passando a promotor da leitura.
A rainha inglesa descobre por mero acaso uma biblioteca itinerante e, de etapa em etapa, torna-se uma leitora madura, capaz de passar, ela própria, a autora.
O segredo? Ambos começaram o seu percurso por um livro que lhes revelou o prazer de ler. A partir daí foi seguido um caminho de enriquecimento literário e pessoal, com muitas inquietações e descobertas associadas.
Tanto uma como a outra obra são excelentes.
A de Luís Sepúlveda é sobejamente conhecida, a de Alan Bennett é uma preciosidade que muitos ainda desconhecem. Para além de verdadeiros tratados sobre a formação do leitor são "Uma defesa apaixonada do poder civilizador da arte" (neste caso da literatura), uma citação do The Times em relação A leitora real, mas que também pode ser aplicada à obra de Sepúlveda.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Diálogos para o fim do mundo

Para aguçar a curiosidade aqui fica um excerto do livro que vai ser lançado no próximo dia 4 de Março, na Livraria Ler Devagar:

"À noite, antes de dormir, contava o ribombar das bombas. Não tinha insónias. Era miúdo e trabalhava 18 horas por dia. Porém adormecia a contar as bombas. Consolava-o. Temia o silêncio. O silêncio em tempo de guerra não equivale a paz, mas a morte, ou antecipação.
(...)
Mykhaylo cresceu assim - ou já nasceu crescido? - nessa aceitação de uma matemática do infortúnio, e não vai nunca equacionar se a vida pode ser uma função diferente de factores mais doces(...).

Está um frio profundo na cidade de Quieve.
Para o jovem Mykhaylo, que nunca conhecera outro lugar na sua vintenal existência, faz frio Aqui. Para ele, faz frio no mundo todo, se considerarmos que todo o mundo dele é Ali, em Quieve, Aqui e Lá."

Uma leitura para Ler Com Sentido. "Há muita coisa vermelha no mundo. Um considerável número de coisas vermelhas , nesta história." Vermelho de sinal de perigo. Alerta. ...O Fim do Mundo

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Diálogos para o fim do mundo de Joana Bértholo


Vale a pena estar atento a esta obra que irá ser lançada em Março pela Editorial Caminho.
Saber mais em Joana Bertholo.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Animação à espanhola




Já tinha visto livros a serem oferecidos como brindes, na compra de iogurtes (no frigorífico de um hipermercado para se manterem mais fresquinhos). Mas esta supera tudo.
Via bruaa editora que por sua vez a conseguiu via casa de tomasa

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Animação da "leitura" para bebés



Começam a formar-se leitores no berço? Talvez seja algo abusivo afirmá-lo. Mas é certamente no berço que podem ter lugar os primeiros estímulos que predispõem a criança para "ler a vida com os cinco sentidos" (cito Sylviane Rigolet).
Em Loures, na Biblioteca Municipal José Saramago, a equipa de animação, que inclui duas educadoras de infância, tem vindo a apresentar produções de animação da "leitura" para bebés que partem desse pressuposto. A mais recente produção "Jardinlina Petalina, a Fada" estreou no passado dia 23 de Janeiro.
Promovendo a leitura da imagem ( o guarda-roupa é um espectáculo para os olhos), dos gestos e dos sons, a Fada Petalina e os seus amigos Semião e Rapsódia estabelecem a interacção com os bebés e seus acompanhantes. São estímulos sensoriais que procuram cativar os pequenos e os crescidos.
As crianças disfrutam da harmonia dos trava-línguas e das canções, os pais relembram a sua infância e a musicalidade das suas brincadeiras.
A Biblioteca exemplifica e dá pistas dos estímulos que os pais podem dar continuidade em casa, mimando os filhos e brincando com a linguagem.
Afinal a leitura é uma história de afectos. Crescer a brincar com a linguagem, numa partilha de momentos de prazer e de intimidade com aqueles que mais amamos é meio caminho andado para a semente da leitura começar a germinar. Bastará não deixar faltar o sol e a água que teremos um terreno fértil.
O grande desafio para as Bibliotecas Públicas é conseguir continuar a estimular a criança, acompanhando o seu crescimento. Continuar a dar pistas, a proporcionar descobertas, sugestões de leituras e surpreender sempre.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A gente não lê



"Ai senhor das furnas
que escuro vai dentro de nós
rezar o terço ao fim da tarde
só para espantar a solidão
rogar a deus que nos guarde
confiar-lhe o destino na mão"

Quem não reconhece este texto, do cantor que atravessa gerações de fãs, mas que tem um lugar muito especial nos corações dos quarentões dos nossos dias?
Estou a falar, é claro, de Rui Veloso que com Carlos Tê assinou belíssimos temas que nos ficam no ouvido e nos aquecem a alma.
Todos conseguirão cantarolar "Ai senhor das furnas", mas provavelmente poucos se recordarão do título: A gente não lê. Foi também com surpresa que o encontrei num álbum dos anos 80, com o sugestivo título "Fora de moda".
Um olhar de bibliotecária, e aqui está este pequeno achado (pelo menos para mim), para nos relembrar que também com a música podemos fazer promoção da leitura nas bibliotecas.

Não há manual de biblioteconomia que chegue aos calcanhares deste texto:

"...de boca em boca passar o saber
com os provérbios que ficam na gíria
de que nos vale esta pureza
sem ler fica-se pederneira
agita-se a solidão cá no fundo
fica-se sentado à soleira
a ouvir os ruídos do mundo
e a entendê-los à nossa maneira"

Que escuro vai dentro de nós...