segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A gente não lê



"Ai senhor das furnas
que escuro vai dentro de nós
rezar o terço ao fim da tarde
só para espantar a solidão
rogar a deus que nos guarde
confiar-lhe o destino na mão"

Quem não reconhece este texto, do cantor que atravessa gerações de fãs, mas que tem um lugar muito especial nos corações dos quarentões dos nossos dias?
Estou a falar, é claro, de Rui Veloso que com Carlos Tê assinou belíssimos temas que nos ficam no ouvido e nos aquecem a alma.
Todos conseguirão cantarolar "Ai senhor das furnas", mas provavelmente poucos se recordarão do título: A gente não lê. Foi também com surpresa que o encontrei num álbum dos anos 80, com o sugestivo título "Fora de moda".
Um olhar de bibliotecária, e aqui está este pequeno achado (pelo menos para mim), para nos relembrar que também com a música podemos fazer promoção da leitura nas bibliotecas.

Não há manual de biblioteconomia que chegue aos calcanhares deste texto:

"...de boca em boca passar o saber
com os provérbios que ficam na gíria
de que nos vale esta pureza
sem ler fica-se pederneira
agita-se a solidão cá no fundo
fica-se sentado à soleira
a ouvir os ruídos do mundo
e a entendê-los à nossa maneira"

Que escuro vai dentro de nós...

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